A Estomaterapia é uma especialidade da enfermagem que se refere aos
cuidados de estomias, incontinências, feridas agudas ou crônicas, fístulas,
tubos, cateteres, drenos e alterações reais ou potenciais da integridade tissular.
O enfermeiro estomaterapeuta utiliza todo seu conhecimento para prevenir a
integridade da pele, buscando os melhores tratamentos e alternativas para
cada caso específico.
 
O enfermeiro estomaterapeuta tem papel fundamental na reabilitação e
adaptação dos pacientes ostomizados, orientando o autocuidado e
identificando as necessidades e dificuldades do dia a dia com a bolsa coletora.
De uma forma geral, as estomias podem ser permanentes – casos de
pacientes com alguma neoplasia em estágio avançado - ou temporárias, em
que as cirurgias são realizadas em pessoas que têm problemas na medula, crianças com má formação congênita, mulheres que se submeteram a vários
partos e homens que passaram por sérios tratamentos de próstata, por
exemplo.
 
A enfermeira estomaterapeuta Cristina Izabel da Silva, da Vidas Home Care,
explica que “esse profissional tem conhecimento, treinamento e habilidade para
o cuidado de lesões complexas, cuidado especializado, capacitação para
preparar equipes de enfermeiros e auxiliares de enfermagem e competências
para o uso de tecnologia com eficiência”.
 
A especialista, que atua há mais de oito anos na área e há um ano integra a
equipe do Grupo Vidas, relata que atende em torno de 10 a 15 pacientes por
mês e salienta que o principal desafio do cuidado em Estomaterapia está
relacionado ao uso das tecnologias. “Estamos em um período em que a
tecnologia avança a cada dia, porém encontramos muita resistência em tratar
as lesões com produtos de alta tecnologia, produtos que mantêm o meio úmido
facilitando a cicatrização, absorção superior. As lesões ainda são tratadas no
meio seco, há trocas de curativos com muitas frequências, e tudo isso contribui
para o retardo da cicatrização. Essa resistência vem da parte de profissionais
multidisciplinares, de pacientes que receberam orientação inadequada ou ainda
de famílias que interferem diretamente no tratamento”, justifica Cristina.
 
As lesões podem ser diversas e só quem apresenta esse problema, sabe o
desconforto que ele traz. Por isso, a atuação do enfermeiro estomaterapeuta
na assistência domiciliar é essencial para a aplicação conjunta de todas as
formas de tecnologias dos cuidados disponíveis, além do cuidado humanizado
e da manutenção da autoestima do paciente, o que aumenta significativamente
a qualidade de vida do assistido.